Polícia desarticula esquema de envio de celulares para presos do Complexo Penitenciário de Alcaçuz
22/11/2024
De acordo com a Polícia Civil, pelo menos dois advogados têm envolvimento com o esquema criminoso. Eles foram proibidos de entrar em presídios estaduais. Polícia desarticula esquema de envio de celulares para presos do Complexo Penitenciário de Alcaçuz
Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil desarticulou uma organização criminosa responsável pelo envio de recados e aparelhos celulares para o Presídio Rogério Coutinho Madruga, localizado no Complexo de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal. Foi constatada a participação de pelo menos dois advogados no esquema.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações, iniciadas em março deste ano, apontaram que o grupo facilitava a comunicação entre líderes de uma facção criminosa detidos no Pavilhão 5 de Alcaçuz e pessoas externas ao sistema prisional, além de promover a entrada de celulares no presídio.
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A operação resultou no cumprimento de três mandados de prisão e seis de busca e apreensão contra integrantes do grupo, que atuava em Natal, Nísia Floresta e Cajazeiras, na Paraíba. Também foram expedidos mandados de prisão preventiva contra companheiras e irmãs de detentos envolvidos no esquema, segundo a Polícia Civil.
Advogados envolvidos
Como resultado da operação, dois advogados foram proibidos de frequentar presídios estaduais. De acordo com o delegado Joacir Rocha, diretor da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), na investigação foi constatado que os advogados "faziam link" dos presos com o mundo exterior. "Eles então levavam recados dos presos para outras pessoas que estavam fora do presídio e vice-versa", disse.
Polícia desarticula esquema de envio de celulares para presos no RN
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN) disse que foi notificada pela Polícia Civil sobre os mandados, e "por meio da Procuradoria de Prerrogativas, deslocou-se imediatamente para acompanhar a execução de ambos os mandados, assegurando que nenhuma prerrogativa fosse desrespeitada durante os procedimentos".
A OAB destacou ainda que "a defesa dos advogados envolvidos na operação será feita por advogados constituídos pela parte, conforme estabelece o Estatuto da Advocacia" e que "seguirá acompanhando o caso, ao passo que reafirma sua atuação incessante para combater as más práticas profissionais através do Tribunal de Ética e Disciplina".
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